Going to Argentina
Fotos: Denis Santos
Se viajar é preciso, porque não investimos mais nesse grande prazer da vida? Há algumas semanas fiz minha primeira viagem internacional, Argentina. Terra do Maradona, terra dos chamados rivais brasileiros. Rivais para quem? Para mim, passaram bem longe disso!
Escolhido o país e a cidade, Buenos Aires seria o alvo da diversão e da descoberta para o nosso grupo de amigos, em uma viagem de 4 dias. Vôo marcado, hostel escolhido, roteiro selecionado. Agora era só esperar chegar o grande dia. Ansiedade!
Finalmente chegamos em terras Argentinas, chuva e frio nos receberam, sem contar o taxista se comunicando com o portunhol. Sinal positivo de que aquela terra já recebera muitos brasileiros. Aliás, em termos de preparação para recepcionar os estrangeiros, o Brasil deixa um pouco a desejar. Mesmo com a copa do mundo no nosso país, ví que ainda falta muito para estarmos tão preparados quanto a Argentina. Em quase todos os lugares onde os preços são mais acessíveis a grande massa, tínhamos a opção de pagar em Pesos, Real, ou em Dólar; além de cardápios em espanhol, português e até inglês em alguns restaurantes. As ruas da cidade são muito limpas, não existe entre e população o costume de jogar lixo no chão como há aqui no Brasil, com exceção das fezes dos cachorros que os donos levam para passear, a limpeza é um atrativo.
Nos hospedamos perto da Plaza de Mayo, onde ocorrem muitos protestos, e da Catedral Metropolitana de Buenos Aires, que parece um museu de arte de tão lindo e grandioso que é. Lá estão guardados os restos mortais do Capitão General Jose de San Martin e de um soldado desconhecido que participou do processo de independência da Argentina. Bem em frente à praça, fica o cartão postal da cidade, a Casa Rosada, sede do governo Argentino que tem uma história um tanto exótica por trás da cor. Ao que parece, a cor rosada é uma mistura das cores das bandeiras de dois partidos políticos que se uniram. Como na época não haviam tintas nas cores branca e vermelha, eles utilizaram banha para chegar na cor branca e sangue de vaca para a cor vermelha, ficando assim um rosa diferente.
Seguindo parte do nosso roteiro, pegamos um ônibus turístico para conhecer mais lugares, eu só havia visto desses ônibus em filmes, sem teto e cheio de turistas tirando foto. Passamos pelo estádio La Bombonera, do famoso Boca Juniors. A região me pareceu um pouco perigosa para um passeio turístico convencional, descemos perto do estádio, em Caminito, que é uma rua com grande valor cultural, cheia turistas, lojinhas de souvenirs e arte para todo lado.
Locais turísticos para conhecer é o que não falta em Buenos Aires, provamos da gastronomia local, como o famoso bife de chorizo no Café Tortoni, servido em uma fatia caprichada. Para o meu paladar só ficou faltando um pouquinho de sal, mas depois fiquei sabendo que há uma nova norma no país que proibe o uso excessivo de sal nos alimentos. Inclusive, nas mesas não há saleiros, apenas quando o cliente pede. Em outro restaurante mais simples provei a conhecida parrilla argentina, acompanhada de batatas fritas rústicas, a churrascada não me agradou muito, mas o vinho ganhou ótimos pontos. Aliás, vinho é um ponto forte na gastronomia argentina, além do suco de laranja. Para muitas pessoas, inclusive eu, a grande paixão fica para as medialunas e os famosos doces de leite, a venda em todos os comércios, assim como o alfajor.
Enfim, caso você se interesse em conhecer a cidade algum dia, não tema por ser brasileiro. O povo argentino é tão hospitaleiro quanto nós, tentam se comunicar com você da maneira que conseguirem e são muito receptivos. Com certeza haverão assuntos de futebol, mas sempre em tom de amizade.
Dica: assista um pouco de filmes em espanhol para treinar algumas palavras antes da viagem, isso ajuda bastante.
Agora entendo o que Mário Quintana quis dizer ao citar a tão famosa frase “Viajar é mudar a roupa da alma”, pois viajar é renovar-se, é enriquecer os olhos e a mente com culturas diferenciadas, é aproveitar o que de melhor o mundo e a vida podem te oferecer em termos de aprendizado.
Por Andreyzza Gomes
Fotos: Denis Santos
